domingo, fevereiro 27, 2011

Talvez...


Combinamos assim: não  envolva comigo e não me envolvo com você
Não pergunte meu signo, nem o significado da minha tatuagem e não perguntarei se sua vida tem sentido ou se há marcas invisíveis em você.
Só me abrace desse jeito íntimo, aceitando o desconhecido e como desconheço você, devolverei o abraço sem julgamentos.
Não espere muito! 
Infelizmente para você... Felizmente para mim... Ou o inverso. Talvez, infelizmente para os dois, talvez, felizmente para as duas almas... Mas não espere mais que um lábio sedento e intenso nos seus lábios.
Sou leviana o bastante para ignorar seu nome, mas não o suficiente para entregar-me ao desconhecido.
Combinamos assim: beijo seus lábios anônimos e mantenho-me oculta.
Já experimentei demais a seriedade e mesmo assim vivia estourando a balança pesando minha consciência... Uma consciência cheia de ações tímidas e tolhidas.
No momento, permito-me gostar desse desconhecido e do seu estranho cheiro familiar.

Danielle Faria.

domingo, fevereiro 06, 2011

"Refúgio..." - Primeiro a imagem, depois a escrita - (Escrevi em 20/02/2011)

Primeiro postei a imagem, na tentativa de expressar o que somente depois consegui escrever...




Comercializam dicas para ser feliz...
Anunciam! "Faça o seu primeiro um milhão de dólares antes dos vinte e cinco anos"...
Vozes imperativas dizem sem cessar: _"Emagreça em três semanas e tenha o corpo que sempre sonhou!"

Acho engraçado isso tudo!
Como podem saber o que me faz feliz?
Quem disse que ter um milhão de dólares é prioridade na minha vida?
E dos meus sonhos cuido eu! Do meu corpo também!

Dizem por aí que é preciso se permitir e gozar da total e completa liberdade. No entanto, não é isso que vejo. Não enxergo liberdade e sim amarras. Uma prisão travestida de liberdade. A pior prisão de todas, assim acredito, pois você mesmo coloca as algemas pensando que são pulseiras: alienação!

Por isso, o silêncio me faz bem... Às vezes, refugio-me para ouvir o que realmente desejo.
E tento enxergar de longe o que acontece comigo, com os outros e reflito melhor.
Neste refúgio, tenho o preciso: algumas ideias, minhas experiências, o ar que passeia em meus pulmões, alguns rascunhos caso eu queira escrever... Procuro sentir a vida que pulsa, que se renova e ela apresenta-se como em um espetáculo. 
É deste refúgio, que, vez ou outra, faço perguntas que confrontam, alfinetam, desequilibram, desafiam... Questionamentos que se resumem em: _“Quem é você? Quem é você nesse tumulto de vozes de comando?”.
Às vezes, respondo de imediato... Às vezes, preciso pensar e arrancar “hospedeiros” supérfluos disfarçados de necessidades emergenciais.
Não quero usar as opiniões de terceiros como  um espelho. Elas traçam caminhos que não desejo percorrer. Escuto. Depois, avalio o que devo considerar... Também não detenho toda a verdade e vejo que nada está pronto.
O meu conceito de liberdade é tão diferente dos anunciados...

Danielle Faria

Escrevi sobre o refúgio, conforme prometi. Uma escrita bem despreocupada e, talvez, confusa, pois é extremamente umbilical.
Espero que entendam...