sexta-feira, novembro 12, 2010

Prólogo

Apresento o prólogo do livro que escrevo.
Peço que comentem. É importante saber a opinião de vocês, já que pretendo publicá-lo.
A imagem requer explicação...
Ela exemplifica com clareza a quantidade de artigos, periódicos e livros (livros são dois) que precisam de conclusão.
      
Minutos antes da aparente calmaria, Pedro e Mônica conversavam sobre o arrombamento do cofre do senhor Silas. Nenhum objeto se perdeu e aparentemente tudo estava em seu devido lugar, no entanto, senhor Silas ficou exageradamente tenso. Interrogou os empregados sob ameaças de morte.
- O velho está ficando caduco! Sussurrou Mônica se aproximando dos ouvidos de Pedro.
- Senhor Silas coleciona incontáveis esquisitices, admito, mas sempre foi metodicamente organizado e está longe de perder o juízo – Silas esboçou um sorriso discreto como quem acha graça dos seus próprios pensamentos... Certamente lembrou-se de alguma esquisitice de Silas e teve certeza que a redundância “metodicamente organizado” que utilizara para descrever o comportamento do seu velho amigo era mais que apropriada, e continuou a conversar, agora, em um tom desconfiado – Imagino que o Senhor Silas não se exaltaria se metade de seus investimentos tivessem se perdido na noite do arrombamento, afinal, que falta isso faria? Ele poderia comprar um continente se quisesse.
Mônica arregalou os olhos e por um minuto parecia que o ar havia fugido pelas janelas do salão. Nunca imaginou que o senhor para quem trabalhava há dez anos tinha tanto dinheiro. Quando recuperou o fôlego, murmurou com aspereza – Velho pão-duro! Vou pedir aumento de salário! E prosseguiu com o seu raciocínio, mas sua expressão havia mudado – Não entendo porque o senhor Silas se comportou daquele jeito... Ameaçando nos matar? - Sua voz parecia engasgada como se seu coração tivesse sido atravessado por um punhal.
- Minha velha amiga, tente perdoá-lo por este episódio de insanidade. Sei que foi lamentável... – O olhar triste de Pedro encarava o rosto de Mônica e ela assentiu com a cabeça indicando que compreendia aquelas palavras, mas Pedro quis completar seu pensamento. - Servimos ao senhor Silas tempo o suficiente para saber que ele é um bom homem. Ele só precisa de tempo para refletir... Sua mente ficou perturbada pelo que aconteceu e...
- E pensou que podia nos ofender daquela forma? Interrompeu Mônica visivelmente decepcionada.
Repentinamente, o diálogo cessou, pois o relógio de pêndulo holandês, talhado em madeira, anunciava que a manhã chegaria em poucas horas e os dois acharam melhor continuar a conversa em outra oportunidade. Eles se cumprimentaram e saíram silenciosamente pelo extenso corredor.
Ao lado da lareira, entre a mesa modelo aspen e a imponente estante de livros, repousava Lúcia. Sua respiração ofegante podia ser ouvida por todo o salão, mas ela estava só... Perdida entre pensamentos fragmentados.
Escondida pela penumbra do salão, a presença de Lúcia não foi notada pelos empregados, que caminhavam rumo aos seus aposentos.
Por alguns instantes seus olhos permaneceram fechados e seus pensamentos repassavam as palavras de Pedro e Mônica.

Silas - como Lúcia costumava chamar o avô – sempre foi misterioso demais. Lembro-me que quando criança dizia que seu escritório era território proibido e como em um jogo, obedecia às ordens do comandante. As palavras de Pedro faziam sentido... Silas agiu de um modo que me assustou e olha que estou habituada aos seus exageros e sua mente criativa... Criativa, para não dizer maluca. Refletia Lúcia.

Lúcia recordou da relação amigável que sempre teve com o avô. Das brincadeiras e dos discursos que pareciam inspirados pelos livros da Agatha Christie e Dan Brown e tentou abafar seu riso com a mão. Invadida pelas lembranças do avô, esforçou-se para retomar sua linha de pensamento e incomodou-se ao perceber que suas perguntas não a levariam a nenhuma conclusão.
-Por que Silas irritou-se daquela maneira? Perguntava para si mesma, mas como todos, ela não tinha nenhuma resposta.
O som do pêndulo do relógio atraía bocejos. O sono chegava paulatinamente e Lúcia brigava com seus olhos que insistiam em se fechar.  Esforçou-se para focar sua atenção nos quadros pendurados pelo salão, que a encantavam desce de criança, na tentativa de ludibriar o sono, mas em poucos minutos ela adormeceu aquecida pelo fogo da lareira, deixando seus cabelos longos e negros, escorregarem pelo seu rosto redondo e pálido. 


Danielle Faria. 

Sei que o conteúdo postado é curto, mas preciso conservar o mistério. Inicio o 4º capítulo e, aos poucos, o livro ganha forma e minha escrita caminha livremente.
Quando publicá-lo vocês estarão nos "agradecimentos".
Abraços e obrigada!
 

6 comentários:

  1. Adorei... vai ser um excelente mistério, já que sairá da sua mente criativa (pra não dizer maluca... kkkkkkkkkkkkkkkkk... zueira)!!! As alterações ficaram ótima! Quero ser o primeiro a ganhar um autografado!!!

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  2. Parabéns Flor!É incrivel sua escrita,a delicadeza com o qual você trata não só os personagens, mas também os detalhes da cena. Isso da asas a imaginação do leitor e permitir a ele reconstruir a história a partir de sua propria fantasia. Já estou anciosa pelo livro...

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  3. Dani, desculpa a demora em vir aqui comentar... Oh! Li e ADOREI... e concordo plenamente com a Lana,no comentario acima, qdo ela diz assim: "a delicadeza com o qual você trata não só os personagens, mas também os detalhes da cena. Isso da asas a imaginação do leitor e permitir a ele reconstruir a história a partir de sua propria fantasia..." Faço das palavras dela as minhas!

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  4. Parabéns, quero agradecer por ler e comentar no meu blog supercronico, o seu também esta show de bola, vamos continuar mantendo contatos, sucesso pra vc

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  5. Agora quero ler o primeiro capítulo, o segundo, o terceiro... Retome, Danielle, continue. Deixe nascer. Beijo

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  6. Fiquei bastante surpresa quando vi que o texto era narrativo. Isso faz com que a leitura seja mais envolvente e curiosa. Bom, mas sobre o texto, o que tenho a dizer é que se o seu propósito era instigar mistério, curiosidade e vontade de ler o próximo capítulo, sim, você conseguiu! A concordância está ótima e, por isso, é fácil entender o texto, é gostoso lê-lo e, o algo que também é relevante, pode-se conhecer muito o personagem em um texto, relativamente, pequeno. Ahh, mais um coisa, se apegue mesmo aos detalhes, as descrições e se possível for, diga ao leitor até os simples suspiros dos seus personagens hehehe Porque isso dá vida, forma e nos faz perceber o que á de humano nessas pessoas que só existem na escrita.

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