Ontem cheguei em casa por volta das 21 horas.
Assistia duas apresentações teatrais.
Assistia duas apresentações teatrais.
A segunda peça reproduzia um espetáculo circense. Todos os personagens estavam lindos, bem produzidos e entusiasmados.
Destaco um personagem: o palhaço.
Calças largas e coloridas... Suspensório... Rosto pintado, desenhando um espaçoso sorriso.
Destaco um personagem: o palhaço.
Calças largas e coloridas... Suspensório... Rosto pintado, desenhando um espaçoso sorriso.
Era o típico e conhecido palhaço: nariz vermelho, roupas espalhafatosas...
Meus olhos estavam atentos nas crianças que se organizavam nas poltronas da Casa de Cultura, quando acompanhei o pequeno palhaço cabisbaixo.
Observei seus passos tímidos descerem o carpete vermelho rumo aos bastidores. Do seu lado um adulto que julguei ser a sua mãe.
As mãos pequenas do palhaço pareciam grandes demais. Não encontravam lugar cômodo: mão na boca, ajeitava as calças, prendia os dedos de uma mão na outra, enxugava o suor, limpava a pintura que ficara nas unhas arrastando-as na blusa...
Hora do espetáculo!
-"Hoje tem marmelada? Hoje tem goiabada?" – Assim o pequeno palhaço dava início ao show. Tudo estaria normal se não fossem as lágrimas, os soluços, os suspiros do palhaço... Uma respiração ofegante... Era o próprio Pierrot!
Debaixo de toda aquela maquiagem e do falso sorriso , havia uma criança nervosa que chorava na presença de centenas de expectadores. Mesmo aos prantos, ele ia à frente do palco e entonava a voz.
Eu, na lateral do palco, acenava com a cabeça indicando que estava se saindo muito bem.
O palhaço saiu de cena e a psicóloga entrou em cena com milhões de questionamentos: - Já orientei... Já expliquei... Nenhuma criança precisa participar das peças teatrais, caso não queira. Será que foi pressionado a entrar em cena? - Um monólogo mental irritadiço que durou poucos segundos.
Sentado na escada ela chorava... Uma criança de cinco anos na pele de um palhacinho.
- "Por que está chorando?" Perguntei após um longo abraço.
- "Estou nervoso!" Respondeu-me brevemente.
- "Não precisa voltar ao palco. Podemos assistir o resto do teatro da plateia, o que acha?"
Precisei fazer um esforço incalculável para entender sua voz que saía entre soluços e suspiros: - "Preciso voltar sim!" Falou o pequeno palhaço com a voz insistente.
Mais que depressa perguntei: – "Por que você precisa voltar ao palco?"
- "Porque se eu não voltar, como saberei se venci o meu medo?" Respondeu-me.
Aprendo tanto com as crianças!
- "Você é corajoso, sabia? Volte ao palco e enfrente o que quiser. Estarei lá embaixo, caso precise. Estarei torcendo e esperando por você".
Saí de cena, deixando o brilho do palhaço e assistindo a alegria de um vencedor!
Saí de cena, deixando o brilho do palhaço e assistindo a alegria de um vencedor!
Danielle Faria.
Que lindo Dani!!! Realmente aprendemos muito com esses "pequerruxos" quando nos dispomos a prestar atenção...
ResponderExcluirLindo e emocionante!A sabedoria da infância...
ResponderExcluirBom que você se mmistura entre elas rs!
ResponderExcluirQue lindo,Dani também aprendo muito com as minhas duas netinhas de 2 e 5 anos,
ResponderExcluir=p gostei d mais Danii bjinhus
ResponderExcluirNossa! Como aprendemos com os pequenos. Obrigada, Dani, por compartilhar esse aprendizado! Senti-me fortalecida!
ResponderExcluirDani, que emoção ler tudo que escreveu e viveu. Quanta vontade de vencer no pequeno palhaço! E ele venceu o medo com a sua forte decisão e a presença amiga da psicóloga.
ResponderExcluirAmei!
Beijos!
@soniasalim