segunda-feira, maio 23, 2011

Manhã de segunda-feira

Relógio desperta... Meu corpo acorda vagarosamente. Mentalmente, tento organizar minha agenda do dia dando início a minha manhã de segunda-feira. 
Ao abrir os olhos, percebo que os raios do sol invadem o meu quarto. Minha atenção volta-se para o reflexo rútilo do sol e meus pensamentos divagam: 


- "Nossa! Que lindo o reflexo do sol no espelho... Pena que meus olhos doem devido a claridade. Ih! Por falar em olhos, cadê meu óculos de sol? Caramba! Será que o perdi? Se sim, será o segundo só nesse mês"... 
_"Ai ai!" - dou um longo e delicioso suspiro. E continuo a divagar:
_"Ah! Não posso esquecer meu horário com o 'oftalmo', porque estou enxergando mal. Melhor nem ficar pensando na minha miopia. Julgando pela minha visão turva, acabarei usando um 'fundo de garrafa'..." - Nesse momento, estou escovando os dentes e esboço um sorriso decorado pela espuma branca do creme dental. Minha mãe me flagra rindo sozinha e pergunta o porquê do sorriso. Respondo: _ “Por nada... Lembrei do desenho da Garrafinha!”. Minha mãe balança a cabeça e diz: - “Minha filha, você não cresce nunca! Lembrando de desenho animado?” Nós duas damos risadas, mas, em seguida, fico em silêncio. Explicar o quê me fez recordar da personagem “Garrafinha”  iria demorar.
Enquanto caminho rumo a cozinha para deliciar o café da manhã fico pensando em óculos e no sol: raios ultravioletas, protetor solar, praia, camada de ozônio... Pensamentos que parecem desagregados.
Repentinamente, vejo que minha mãe fala comigo, mas, até aquele momento, sua voz estava tão distante. Perturbada pelo meu olhar disperso, minha mãe diz: - “Oi! Estou falando com você! Parece que não acordou!” - Peço desculpas e tento prestar atenção na fala da minha mãe. 
Mesmo tentando focar a atenção em sua fala, meus pensamentos escapam e lá estou repassando minha agenda do dia. Entre horários que agendei, projetos que preciso terminar e leituras que tenho que concluir, ouço uma voz que questiona: - “Pode ser assim?” – Era a voz da minha mãe. - Ixi! Que vergonha de perguntar: “pode ser assim o quê?” – Reflito. Então, respondo quase que automaticamente: - “Claro! Pode!”.
Depois do café da manhã, ligo o computador. Respondo e-mail, escrevo tweets, inicio meu artigo, assisto vídeos no You Tube... Nem me atreverei a descrever meus pensamentos. Daria um livro!
Sou interrompida pelo som do celular... Minha mãe! Ela diz: - “Dani, já fiz o depósito e, agora, estou na loja. Tem certeza que é essa loja mesmo? A atendente diz que você não comprou a calça aqui”. Em pensamento grito: “Que depósito? Que calça?” Nem precisei de um segundo para lembrar que minha resposta no café da manhã: -“Claro! Pode!” – foi para confirmar o depósito e a troca da calça jeans que não precisava trocar. Que situação!
Foram menos de trinta minutos, – do momento que acordei até finalizar o café da manhã – mas vejam confusão que consegui arquitetar! E essa não foi só uma manhã atrapalhada... Não foi uma manhã que se encaixa na categoria “exceções”.
O dia será acelerado!
Cabeça nas nuvens... Hora de apoiar os pés no chão e desfazer minhas confusões.

Danielle Faria.

quinta-feira, maio 19, 2011

Sentindo a vida...


Gosto de sentir o cheiro da grama, da terra molhada e do orvalho fresco que se aquece com os primeiros raios do sol.
Escutar o vento garboso que agita as fileiras das árvores de eucalipto e apreciar os movimentos das folhas assobiantes.
Sentir o vento em meu rosto enquanto ando a cavalo... Parece que a liberdade tem tato e me toca!
Gosto de mergulhar meus pés na água do rio raso e ligeiro. A areia brinca com meus dedos e foge em disparada seguindo o seu curso.

Sinto uma completude difícil de descrever...Gosto de sentir a vida pulsar. E como isso me faz bem!

Danielle Faria.

segunda-feira, maio 16, 2011

O meu canto tem vários cantos



O meu canto é rouco...
Meio calado...
Meio tresloucado...
Com uma definição imprecisa, afinal, quem precisa de tantos por quês?
O meu canto é a voz que procura, perde e encontra as estradas imaginárias com  tijolos amarelos.
 
O meu canto é como tantos outros cantos...
É o encontro de duas paredes frias que aconchega minha mobília
O meu canto é colorido, aquecido pela luz do abajur que repousa sobre a escrivaninha.
O meu canto é um criativo incompleto, cheio de folhas com versos inacabados de poemas que um dia pensei em escrever.

O meu canto rouco se encontrou com o canto como todos os outros.
O poema sem rima, quase necrosado, que jazia no canto empoeirado, transmutou-se, quem diria?!
O canto, que é o encontro de duas paredes frias e estáticas, transformou-se no canto rouco que balbuciava uma melodia qualquer.
Acho que cantava a vida...


Danielle Faria. 


Postagem perecível.

domingo, maio 08, 2011

Cuidado...

_ “Existem vários tipos de mães!” - Uma criança de sete anos me contava.
No primeiro momento, pensei que a criança descrevia as características físicas das mães: altas, baixas... Mães de cabelos escuros ou claros, longos ou curtos. E continuei a escutar... _ “Há mães que também são pais e há pais que são mães! Há crianças que moram com os avós ou tios... Se eles cuidam, por que não podem ser mães? Há vários tipos de mães porque não é justo alguém ficar sem nenhuma”.

Ela olhou para o alto como se quisesse pescar algo em seus pensamentos.
Observando a criança quase enxergava sua tentativa de amarrar as ideias para depois verbalizá-las. Passado alguns segundos, ela deu continuidade ao seu raciocínio: _ “É como meu cachorrinho, sabe? Acho que ele perdeu a mãe ou nunca a conheceu, mas quando chegou à minha casa, o Fred, que é o meu outro cachorro adulto, o ensinou a fazer um monte de coisas. O Fred parece ser o pai do Bob (o filhote de cachorro), mas, às vezes, penso até que ele poderia ser mãe também... Ah! Acho que ele é os dois!”
A criança sorriu, gargalhou e com um gesto pediu que eu me aproximasse mais e cochichou _ “Os meus cachorros parecem gente, né?”


Danielle Faria.